"TEMOS DORMIDAS E PREÇO MÉDIO A BATER RECORDES DE ANO PARA ANO" Rita Neves segunda-feira, 13 outubro 2014 12:29

"TEMOS DORMIDAS E PREÇO MÉDIO A BATER RECORDES DE ANO PARA ANO"

O que muda em Cascais e qual o impacto económico dos eventos internacionais?

 

 

Estão em jogo 1 milhão e 400 mil dólares. Isto juntando os prize moneys - prémios monetários distribuídos pelos atletas - do Prime dos Açores (Sata Azores Pro), da etapa do mundial feminino (Cascais Women's Pro), da etapa Prime (Cascais Billabong Pro), da paragem do WCT em Peniche e Cascais (Moche Rip Curl Pro Portugal (Peniche/Guincho) e por fim do Mundial de Juniores na Ericeira (Allianz Ericeira World Juniores). É certo que este prémio monetário não fica por cá, mas que beneficia o nosso país, disso não há dúvida. Até porque são competições assistidas por espectadores em todo o mundo. Três destas provas têm um palco em comum: Cascais. 

 

“Quer a nível da oferta do turismo em geral, porque não é só a hotelaria dos que cá vêm e ficam, e que gostamos muito de receber, mas estas imagens passam para os tais milhões em todo o mundo! É das melhores promoções que podemos fazer”, diz à SurfTotal o autarca de Cascais Carlos Carreiras, recordando as imagens que em 2013 fizeram história durante a etapa do mundial feminino no Guincho: “Tivemos a sorte de ter golfinhos na água com as atletas. Foi um bónus extraordinário. Não há nenhuma imagem no mundo igual.” Para o presidente o benefício é da hotelaria, do turismo em geral e principalmente devido ao que é divulgado para o mundo.

 

“De há 3 anos a esta parte estamos a crescer a nível da média nacional no número de dormidas e a aumentar o preço dessas mesmas dormidas. Para a economia local é absolutamente fundamental”, garante ainda.

 

Quando temos a capacidade de juntar o setor da hotelaria, e do turismo com um conjunto de outros modelos de negócios que em si constituem um cluster, como o fabrico das pranchas, existe essa capacidade de criar postos de trabalho a nível de varias ações colaterais à volta da prova. Temos a noção clara que quando criamos cadeias de valor estamos a gerar riqueza mas mais importante que tudo isto é a consequência: estamos a gerar postos de trabalho, um bem cada vez mais escasso em Portugal”, refere ainda.

 

Em declarações recentes ao Diário Económico, o autarca apontava um retorno comercial para a economia nacional superior a 20 milhões de euros. Lá está, muito devido principalmente ao facto de estas provas serem acompanhadas por milhões de espectadores de todo o mundo. “Tenho dificuldade em dar um número quer em número de pessoas ou retorno económico financeiro. Temos é de ser consistentes nas apostas que temos vindo a fazer não só em surf, como na vela, ou outros eventos... o que temos é de ter garantido a sustentabilidade do crescimento. Temos dormidas a bater recordes de ano para ano e preço médio a bater recordes de ano para ano”, conclui.

 

Segundo um estudo da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do IPL, a contribuição gerada pelo surf a nível de impostos ronda os mil milhões de euros. Em declarações ao site Dinheiro Vivo, em abril deste ano, a Associação Nacional de Surfistas (ANS) calculava que haja 200 mil praticantes no país e que a contribuição para a economia nacional movimenta os cerca de 400 milhões de euros. Só desde o início do ano, o número de empresas de promoção turística ligadas ao surf cresceu 13%, depois de já ter subido 26% em 2013, avançava o mesmo artigo com base em declarações do secretário de Estado do Turimo, Adolfo Mesquita Nunes.

 

PT

 

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