GABRIEL MEDINA: "SINTO UM FRIOZINHO NA BARRIGA"

Moche Rip Curl Pro tem janela de espera até dia 23 de outubro.

  

A pressão parece – aos nossos olhos – enorme. Mas Medina diz enfrentar o Moche Rip Curl Pro Portugal como mais uma etapa da sua vida de atleta. Se vencer, é o novo campeão mundial. Mas, como diz, ainda “muita coisa vai rolar”. “Supertubos é uma onda boa, é a minha terceira vez aqui. Gosto de vir a Portugal, é bom estar de volta. No ano passado deu altas ondas, esse ano está mais difícil, sinto um friozinho na barriga. Pressão sempre vai ter. Mas estou me sentido bem, tem muita coisa para rolar. E estou feliz ainda mais com essa receção, aqui em Portugal”, disse o surfista brasileiro de 20 anos durante a conferência de imprensa de apresentação do evento, que decorreu hoje no Hotel Atlântico Golf.

 

Mas para levar o título para casa, Gabriel Medina tem de enfrentar o “dono” da experiência, o detentor de 11 títulos mundiais, Kelly Slater. “Talvez a minha experiência possa ajudar. E se o mar ficar maior, vou gostar. Mas vai ser a doer. Supertubos é uma onda muito diferente que varia consoante a maré e o vento e muda drasticamente”, avançou Slater que está neste momento a 6500 pontos do brasileiro. Aliás, esta "pressão" que lançou sobre o brasileiro passou por expressões como "ondas grandes" e "pranchas partidas". "Supertubos quando está grande, por vezes apanhamos uma onda e ficamos uns dez minutos a remar de volta, depende se estás no sítio certo ou errado. Esperam-se por isso ondas a partir pranchas, há que ter o equipamento preparado", disse Slater. E acrescentou: “Não há segredo sobre o que vai ser preciso para ganhar o título esse ano, ver ser preciso sorte, boa escolha de ondas e ganhar alguns heats”, apontou o norte-americano. De notar que também Mick Fanning (atual detentor do título), Joel Parkinson e John John Florence, seguem na corrida pelo 1º lugar do ranking.

 

E este último tem obtidos excelentes resultados na etapas anteriores. Aliás, é o grande vencedor da última etapa, o Quiksilver Pro France. “Foi muito bom ganhar, depois do segundo lugar em Lowers e perder para o Kelly no Tahihi. Soube muito bem. O mais importante, face às ondas imprevisíveis é ganhar bom ritmo. Por isso, tudo depende de o apanhar. Espero que o mar esteja grande e limpo, aqui em Peniche. Que não esteja confuso”, disse John John Florence.

 

Quem está de volta a Peniche este ano é Tiago Pires – o ano passado esteve de fora devido a lesão. “Não me sinto muito nervoso, por ter estado um ano off, no ano passado vim só ver a prova, estive sem competir, e sentia borboletas no estômago, foi estranho, por isso é bom estar de volta. Não sinto pressão. Mas sim apoio. O apoio está na minha cabeça, para me dar mais força”, afirmou Saca, que recorda o estímulo de participar numa etapa em casa. “Comentava ainda há pouco com o Mick Fanning que em Supertubos é tudo diferente, o público parece que está todo connosco dentro de água, há uma maior envolvência que torna tudo muito especial. Por isso vou aproveitar essa energia maravilhosa e divertir-me”, concluiu Saca.

 

Além de Tiago Pires, este ano a prova recebe um estreante nestas coisas do WCT, mas um senhor nas águas de Supertubos. Nicolau von Rupp vai defrontar Kelly Slater logo na ronda inaugural, mas não se intimida. “Vou sem pressão”, confessa à Surftotal. Nicolau foi o grande vencedor do Moche Trials, resultado que lhe valeu um lugar na 10.ª paragem do World Tour. “Estou muito contente de ter esta oportunidade de competir com os melhores do mundo, numa praia em que me sinto muito confortável. Já fui quatro anos aos trials, chegava à final e ficava à porta da prova, o que me custou muito. Soube muito bem desta vez ganhar”, referiu o surfista da Praia Grande.

 

Quem também marcou presença na conferência foi o outro wildcard (neste caso da Rip Curl), Jacob Wilcox, que no ano passado bateu Kelly Slater na primeira ronda do evento. Este ano, cabe-lhe em sorte enfrentar Medina. Será que vai vencer também? “Não sei, espero que sim, espero que estejam boas ondas e que ambos consigamos apanhá-las. Espero que esteja offshore e que dê para apanhar uns tubos”, disse o surfista australiano de apenas 17 anos.

 

Tudo a postos, aguardam-se as melhores condições para o arranque da prova. 

 

Patrícia Tadeia

 

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