Alguns dos momentos mais marcantes vividos em etapas do CT quarta-feira, 17 fevereiro 2021 11:49

Alguns dos momentos mais marcantes vividos em etapas do CT

vamos recordar?...

 

2020 e 2021 irão ficar marcados na história do surf pelos desafios que colocaram à realização do circuito mundial de surf devido à pandemia de Covid-19.

Até ao momento presente, a World Surf League apenas conseguiu realizar a primeira etapa masculina e feminina do Championship Tour (CT), o Billabong Pipe Masters e o Maui Pro.

Ambos os eventos foram palco de inesperados momentos que marcaram o início do tour, mas ao longo da história do CT foram vários os momentos marcantes que assistimos, e hoje vamos relembrar alguns deles.

 

 

O ataque de tubarão a Mick Fanning

 

Em 2015, a etapa do Corona Open J-Bay, na famosa e longa direita em África do Sul, ficou marcada pelo ataque de tubarão a Mick Fanning.

O surfista australiano sofreu um ataque de tubarão (ou encontro imediato, como muitos lhe chamam) ao vivo logo no início da final do evento, ao competir com Julian Wilson.

Mick Fanning estava sentado na prancha quando foi surpreendido pelo gigante marinho e tentou proteger-se com a sua prancha e afastar o tubarão com socos. Demonstrando um semblante de desespero, Fanning chegou a ser atingido no rosto e atirado para a água. Num determinado momento, o australiano desapareceu das imagens causando grande apreensão, mas surgiu logo depois a nadar para a costa.

O tricampeão mundial escapou ileso, mas o momento deixou marcas no surfista que em 2020, inesperadamente, juntou-se a Taylor Steele e ao National Geographic na criação de um documentário sobre este temido gigante do mar.

Este foi o primeiro registro de ataque de tubarão na história do circuito mundial de surf. 

 

 

 

A célebre entrevista pós-heat de Bobby Martinez

 

Nascido em 1982 em Santa Barbara, na Califórnia, Bobby Martinez começou a surfar aos seis anos de idade, e não demorou muito a destacar-se no panorama do surf norte-americano, em particular depois de se juntar à National Scholastic Surfing Association, onde venceu o que ainda é um recorde americano: sete títulos nacionais.

O surfista goofy, de ascendência mexicana, juntou-se à ASP (agora World Surf League) em 2005, e foi no mesmo ano que venceu o seu primeiro grande título, no O’Neill Coldwater Classic. No ano seguinte Bobby garantiu a entrada no Championship Tour e não tardou a deixar a sua marca, logo no ano de estreia, tendo terminado a época na 5ª posição, que lhe valeu o título de Rookie do Ano. Nessa época Martinez venceu em Teahupoo e em Mundaka. Durante quatro épocas, Martinez conseguiu terminar o Tour sempre no top 10, tendo também vencido etapas em Cloudbreak e novamente em Mundaka, num total de quatro vitórias em provas do CT.

Nesta fase da sua carreira tudo sorria para o surfista americano, com patrocínios da Reef, O’Neill, Monster Energy e uma popularidade assinalável entre a comunidade. Tudo mudou em 2011, depois da célebre entrevista pós-heat que deu durante o Quiksilver Pro New York, onde atacou de forma implacável (e profana) a ASP.

Depois desta ‘explosão’ em direto, Bobby Martinez viu fugirem alguns patrocínios e acabou mesmo por sair do Tour, com a organização que tutelava o surf mundial em fúria.

 

 

 

As Interferências de Gabriel Medina sobre Caio Ibelli

Foto: Carlos Barroso

 

Em outubro de 2018, durante o Heat 5 da Ronda 4 da prova masculina do CT, Meo Rip Curl Pro em Peniche, Gabriel Medina fez uma controversa interferência sobre Caio Ibelli.

A cerca de 08 minutos do final do heat, Medina tinha já um total de 14,34 pontos (em 20 possíveis) contra os apenas 7,10 pontos de Caio Ibelli quando ao disputarem uma onda e, segundo as imagens de quem assistia online, sob a prioridade de Caio Ibelli, ambos remaram para a mesma onda. Nessa altura Gabriel Medina estava na parte mais interior da onda que quebrava para a direita e ao tentar apanhar a onda barrou momentaneamente a entrada do seu compatriota Ibelli nessa mesma onda, tendo os juízes assinalado uma interferência de prioridade de Gabriel Medina sobre Ibelli, que perdeu assim a pontuação total da sua segunda melhor onda.

Mal aconteceu a situação com Ibelli, Medina apontou para o palanque de prova onde se encontrava o painel de prioridades (com as cores) como que querendo dizer que a côr que estava presente no painel era a sua, o que assim sendo significaria que tinha prioridade.

Medina tentou esclarecer a situação com o chefe de juízes e o tour Manager da World Surf League (WSL), que tomaram a decisão de não alterar o que quer que fosse nesse mesmo heat fazendo com que Medina fosse eliminado.

Depois do polémico heat vivido entre os dois surfistas na Praia dos Supertubos, em Portugal, a expectativa instalava-se na etapa de Pipeline quando Medina e Ibelli se preparavam para competir no Billabong Pipe Masters.

Medina competia com o seu conterrâneo no Heat 5 da Ronda de 16, um heat muito parado, com poucas oportunidades para ambos os surfistas conseguirem colocar pontuações altas no marcador, criando ansiedade e pressão para os atletas e fãs.

A três minutos do final, Gabriel Medina mantinha a liderança com pontuações baixas, mas renasceu ao utilizar a sua prioridade numa onda para a direita fazendo a nota mais alta do heat, um 4.23.

Já a 60 segundos do fim, Caio Ibelli, que tinha a prioridade, remou numa esquerda, mas para grande choque dos espectadores Medina remou para a mesma onda, impedindo Ibelli de a surfar ao causar uma interferência.

O passo de Gabriel Medina deixou quem assistia sem palavras, mas o bi-campeão mundial brasileiro acabou por demonstrar que é um grande competidor ao fazer aquela que foi, provavelmente, a melhor táctica competitiva já assistida no Tour, uma vez que Medina sabia que ao fazer a interferência impedia Caio Ibelli de pontuar mantendo assim a sua vitória.

A jogada de Medina causou tanta polémica que em 2020 a WSL decidiu mudar as regras de interferência para evitar que situações semelhantes voltem a ocorrer.

 

 

 

As lesões durante o Volcom Fiji Pro em 2012 e 2013

Foto: Peter ‘Joli’ Wilson

 

Em 2013, o Volcom Fiji Pro, a quarta etapa do circuito mundial de surf, viu Glenn Hall sofrer um violento wipeout durante um heat com o sul-africano Jordy Smith no seu ano de estreia no Championship Tour.

O heat decorreu quando a maré estava a vazar, o pior momento para surfar sobre o coral raso e afiado de Restaurants, onde decorria a prova.

Glenn Hall tinha acabado de entrar numa onda quando sofreu a violenta queda que o atirou para o coral. O surfista chegou à praia com bastantes dores e teve de ser transportado de helicóptero para o hospital com uma grave lesão na coluna que o afastou das competições por uma temporada.

Na mesma etapa, em 2012, o surfista brasileiro Raoni Monteiro conseguiu fazer um tubo memorável em Cloudbreak, sendo no fim apanhado pela onda. Raoni terminou a etapa com uma lesão no joelho que deixou o atleta sem competir o resto do ano. As condições neste dia do evento estavam de tal forma extremas que levaram a organização do evento a suspender a competição.

 

 

 

As vitórias de Filipe Toledo na final do Oi Rio Pro em 2018 e 2019

Foto: Damien Poullenot / WS

 

Em maio de 2018, o surfista brasileiro Filipe Toledo venceu em casa a terceira etapa do CT, o Oi Rio Pro, em Saquarema, no Rio de Janeiro. O surfista teve uma performance dominante sobre Wade Carmichael vencendo com um total de 17.10 pontos (em 20 possíveis) contra os 8 pontos do surfista australiano. A vitória de Toledo levou os fãs, que lotaram a praia, ao rubro.

Em junho de 2019, Toledo voltou a vencer a etapa pelo segundo ano consecutivo na final contra Jordy Smith com duas ondas que somaram 18,04 pontos (9,37 e 8,67) garantindo assim o título de campeão. A sua vitória levou mais uma vez levou os fãs ao êxtase total. O clima que se viveu, o entusiasmo dos locais e até mesmo a ferrenha disputa por espaço na areia marcou de forma única a etapa brasileira do tour.

 

 

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