Wade Carmichael, o único australiano a conseguir em 2017 a qualificação para o CT através do QS. Wade Carmichael, o único australiano a conseguir em 2017 a qualificação para o CT através do QS. Foto: WSL/Saguibo segunda-feira, 04 dezembro 2017 12:39

Surf australiano em declínio? 

Diminuição de número de presenças no circuito mundial de qualificação dizem que sim… 

 

Na verdade, há coisa de duas semanas, ainda antes do QS10,000 de Sunset Beach ter lugar, a Surftotal já havia analisado a situação e escrito sobre a gritante e evidente hegemonia brasileira nos vários circuitos mundiais de surf (ler mais aqui). 

 

Se o Brasil sobe, isto pode significar que, por exemplo, a Austrália, uma das eternas "nações surf” por excelência, se encontra em perfeita queda livre no que diz respeito a número de presenças no tour mundial. 

 

Não se trata de número de praticantes no país, nem de talento abundante, mas antes de atletas que constem no circuito mundial de qualificação, esse grande barómetro da competição que todos os anos nos dá a conhecer os novos e velhos talentos do surf. 

 

Depois de encerradas as contas do WQS 2017, estranhamente, apenas um surfista australiano se qualificou para a elite - Wade Carmichael. O Brasil, por exemplo, meteu cinco surfistas com a possibilidade de colocar mais um (está dependente ainda das contas do CT em Pipe). 

 

Esta tendência de se ter cada vez menos surfistas australianos aumenta se levarmos em conta os números revelados pelos últimos 25 anos da Qualifying Series, desde 1992, precisamente o ano em que passou a haver duas divisões - o WQS e o WCT. Os números são históricos. 

 

Numa análise feita pelo Swellnet, fica demonstrado que o número de surfistas australianos no top 100 da Qualifying Series, esta temporada, foi de apenas 18 atletas… sabendo que os números mais altos de sempre se verificaram entre 1998 e 2003, com 38 presenças a ser o número recorde assinalado pelos surfistas australianos. 

 

Esta temporada foi, portanto, o número mais baixo de sempre de surfistas australianos entre o top 100 do WQS. Na outra ponta da contagem está o Brasil, com 30 presenças, a mais expressiva de sempre desde que existe o mundial de qualificação. Isto quer dizer, obrigatoriamente, qualquer coisa. 

 

Os números parecem ser preocupantes para o Down Under e as críticas já começaram a surgir de todos os lados e de várias formas. Uns culpam o trabalho desenvolvido pela Surfing Austrália (Federação de Surf Australiana) e o número excessivo de “surf coaches” espalhados pelas praias que nada acrescentam ao desporto. Outros a mudança de cultura e de pensamento no país que parece ganhar mais força e adeptos no plano do free surf. 

 

Há também quem refira que o número da população (maior no Brasil) tenha influência direta no número de surfistas mais talentosos de cada país. No entanto, uma outra opinião refere que os brasileiros, os sul-africanos e os havaianos são mais resilientes e lutam mais pelos seus sonhos, pois veem no surf uma forma de melhorarem a sua condição e qualidade de vida no futuro. 

 

Seja como for, estes são dados preocupantes e de análise para o Surf na Austrália, uma das nações de referência do surf mundial que conta já com 14 títulos mundiais no World Tour masculino. 

 

O top 100 da presente temporada do QS, no que toca a nações, ficou composto da seguinte forma

 

Brasil 30

Havai 13

EUA 13

Austrália 18

França 5

África do Sul 4

Costa Rica 2

Peru 2

Indonésia 2

Japão 2

Portugal 2

Espanha 2

Itália 1

Nova Zelândia 1

Marrocos 1

Taiti 1

Uruguai 1

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