O EL NIÑO PODE REGRESSAR?

Cientistas afirmam que tudo aponta nesse sentido

 

O ‘Climate Prediction Center’ avança com uma probabilidade de 50% para a volta do fenómeno climatérico El Niño, mas ha cientistas que defendem que a probabilidade é bem maior.

 

“Creio que não há dúvidas que vem aí um El Niño. A única dúvida é saber se vai ser pequeno ou grande”, afirma Kevin Trenberth do U.S. National Center for Atmospheric Research.

 

O El Niño é um acontecimento climatérico recorrente, que afeta o mundo de dois em dois anos, ou de sete em sete. No Oceano Pacífico, os ventos sopram geralmente de este para oeste, acumulando água quente e levando-a para oeste. Isto cria um gradiente de temperatura, com água fria no este, na costa da América do Sul, e água mais quente no sudoeste havaiano.

 

“O que acontece é que a determinado ponto, o ‘sistema’ diz: ‘Há demasiada água quente a acumular, vou ter um El Niño’”, diz Treberth.

 

"A questão que se coloca neste momento é saber se esta água quente se vai mover para Este ou ficar no no meio do Pacífico”, afirma Michael Ventrice do Weather Services International.

 

Se se mantiver por ali, não são expectáveis acontecimentos extraordinários. Caso se mova para a costa sul americana, poderá então surgir um El Niño a todo o gás e com mudanças climáticas de relevo.

 

Os Efeitos no Clima

 

A uma escala maior, o El Niño deste ano pode interferir em mudanças climáticas. O último fenómeno, ocorrido em 1998, ocorreu com níveis mais baixos de CO2, e as coisas mudaram muito na última década e meia. O Oceano Índico, por exemplo, viu aumentar a atividade das tempestades, o que tende a diminuir essa atividade no Pacífico.

 

O El Niño tende a secar locais como a Índia e a Indonésia, levando a monções severas. Aumenta também a probabilidade de secas na Austrália e em África. Com as mudanças climáticas, as secas têm aumentado, e esta época por ser bastante grave. O final do El Niño também tende a aquecer as temperaturas ligeiramente, com as águas quentes equatoriais a largar a sua energia para a atmosfera, com os efeitos a fazerem-se sentir, geralmente meio ano depois. O final do último El Niño foi em 1998, e resultou no ano mais quente de sempre. Fenómeno que se voltou a repetir em 2005.

 

“Há uma forte possibilidade de 2015 sofrer um aumento da temperatura global”, afirma Klaus Wolter, da Universidade do Colorado.

 

Apesar de tudo indicar que este ano teremos um El Niño, só em junho os cientistas poderão afirmar categoricamente se o fenómeno vem a caminho, e quais as suas proporções.

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