BUSCAS PELO AVIÃO DESAPARECIDO MOSTRAM UM OCEANO CHEIO DE LIXO Paul Kennedy/Getty quarta-feira, 09 abril 2014 10:09

BUSCAS PELO AVIÃO DESAPARECIDO MOSTRAM UM OCEANO CHEIO DE LIXO

Esta era uma realidade pouco noticiada, que vem agora 'à tona'



À medida que foram sendo encontrados vários objetos na costa australiana - que se pensava serem detritos do avião desaparecido da Malaysia Airlines - chegou-se à conclusão que afinal se tratavam de equipamentos usados de pesca, peças de navios de carga e sacos de plástico. A conclusão foi péssima: há muito mais lixo nos oceanos do que realmente pensávamos. E quem sofre as drásticas consequências é a vida marinha, e consequentemente o ténue equilíbrio global.


"É a primeira vez que o mundo inteiro está a observar, e por isso é uma boa altura para as pessoas entenderem que os nossos oceanos se estão a transformar em lixeiras", disse à National Geographic, Kathleen Dohan, uma cientista da Earth and Space Research em Seattle, que mapeia as correntes da superície dos oceanos. Estes aglomerados de lixo deambulam pelo oceano, acabando por se acumular em grandes superfícies em diferentes pontos do oceano.


Cerca de 90% de todos os detritos são plástico, diz Marcus Eriksen, cientista e fundador do 5 Gyres Institute, que trabalha para reduzir a poluição causada por detritos de plástico. "É relativamente recente esta questão do plástico. Apenas a partir dos anos 50 os consumidores começaram a usar plásticos. Agora, passado meio século, estamos a ver uma acumulação abundante de microplásticos de utilização descartável, sacos, garrafas, tampas de garrafas e utensílios de cozinha. Já retirámos centenas de isqueiros do interior de pássaros mortos."


Marcus refere que também as tartarugas as baleias cinzentas são vítimas deste fenómeno. "Podemos observar dentadas de peixe em materiais de plástico, que acabam por ser ingeridos inadvertidamente." O Atlântico Norte é onde existe uma maior concentração de resíduos de plásticos, oriundos dos Estados Unidos Canadá, México e Europa.


Esta questão, como tantas outras que afetam o planeta, tem de começar a ser levada a sério, sob pena de causar danos irreparáveis na vida marinha, com todas as consequências que isso tem no equilíbrio dos ecossistemas. Afinal de contas, para o bem e para o mal, vivemos todos na mesma 'casa'.

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