Alex Grilo - de surfista a empresário de sucesso

Lapoint Camps: o que começou com viagens a Marrocos num Peugeot 505, tornou-se num negócio espalhado por todo o mundo.



Na sequência do destaque que temos dado à indústria do surf nacional, bem com aos seus empreendedores, continuamos a 'auscultar' quem está no terreno. Desta feita colocámos algumas questões a Alex Grilo, responsável pelos Lapoint Camps.




Porque surgiu a ideia de fazeres um surfcamp?

Em 2002 fiz uma surf trip com um dos meus patrocinadores na altura, Pedro atleta que me levou até Marrocos em pleno inverno. Apaixonei-me logo pelas ondas (direitas perfeitas) e o clima que se fazia sentir. Na altura andava a fazer campeonatos durante o verão e trabalhava nas praias como nadador salvador, o que me levava a ter os invernos bastante desocupados. Então decidi começar a organizar surf trips de carro até Marrocos, em que levava material de surf de coleções antigas e vendia aos surfistas locais. O pouco lucro que aquilo dava lá me pagava a viagem. Depois comecei a fazer viagens em que levava pessoas e material, pois só o material levava-me à falência - ao fim ao cabo estávamos em Marrocos e nem sempre pagavam. Passados dois anos de fazer essas surf trips onde tudo corria sobre rodas (quase sempre), no meu Peugeot vermelho 505, decidi ficar lá o inverno todo e as pessoas vinham de avião ou de carro ter comigo, e assim começou o Lapoint.


Qual a razão de começares fora de Portugal?

A razão foi mesmo o clima e as ondas boas que Marrocos tinha sem crowd, e a maneira como era recebido lá. 


Quais os locais a nível mundial que já existem os Lapoint Camps?
Neste momento o Lapoint existe em (surf) Portugal, Sri Lanka, Costa Rica, dois em Bali, Austrália, Marrocos e Noruega; em kite temos Itália, Egipto e Noruega. Em breve vamos abrir mais três, já para 2016.


Quanto tempo passas fora de Portugal em trabalho?

O ano passado apanhei 265 voos, e muitos meses fora de casa. Este ano espero passar mais tempo em casa, mas não tem acontecido, ainda só estive 45 dias em casa este ano.


Consegues ter uma excelente qualidade de vida? Muito surf?

Tenho uma boa qualidade de vida pois não me falta nada, mas não diria que é a vida que todos conseguiriam ter pois temos de abdicar de muita coisa. Neste momento vou começar a acalmar e a dedicar mais tempo à futura família e casa. Na altura em que comecei fazia surf todos os dias, depois dos três camps abertos, quase não tenho tempo para surfar, estive agora em Bali e apanhei dois dias lindos, em dez de trabalho. Diria que a minha vida vista pelo facebook é de meter inveja, mas como é obvio não ponho no facebook os dias perdidos em aeroportos, aviões, onshore, trânsito e reuniões , que são muitos mais que os dias na água. Mas é claro que os dias que consigo descansar e divertir-me nos camps e com os clientes pagam isso tudo.


Quantas pessoas trabalham para ti no total ?
Neste momento já são cerca de 170 pessoas. Só em Portugal são cerca de 30.


Normalmente quanto tempo demoras a rentabilizar o investimento feito nos surfcamps?

Os investimentos que o Lapoint faz são sempre bem rentabliizados, pois temos uma carteira de clientes que ajuda a encher os sítios muito rapidamente, acho que tem a ver com a localização dos camps e a qualidade que os clientes ja sabem que vão encontrar.


Que projectos tens para o futuro?
Neste momento temos três camps previstos para 2016 e mais alguns para 2017. Posso adiantar que Europa, Portugal e Ásia vão ter mais um camp muito em breve.

 

Por: Bernardo Seabra

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