Camilla Kemp Camilla Kemp ISA / Pablo Jimenez quinta-feira, 02 maio 2024 12:16

"Teahupo'o exige muito dos surfistas" - Camilla Kemp fala sobre os seus treinos para os Jogos Olímpicos

Surfista luso-germânica vai representar a Alemanha em Teahupo'o.

 

 

Camilla Kemp, ao lado de Tim Elter, integra a equipa que vai representar a Alemanha na modalidade de surf dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Esta modalidade será disputada entre os dias 27 de Julho e 5 de Agosto, em Teahupo'o, no Taiti. Camilla Kemp esteve recentemente a treinar nesta onda pela primeira vez, e partilhou com a Surftotal um pouco de como foi a sua experiência, o seu percurso até aqui, a expectativa que tem para os Jogos Olímpicos. A atleta, que também tem nacionalidade portuguesa, leva consigo o carinho por Portugal, mas vê um caminho a abrir-se com a oportunidade de representar a Alemanha neste evento. 

Fica a conhecer um pouco mais sobre a atleta nesta entrevista!

 

 

Sentes que estas no pináculo da tua carreira desportiva?

Sinto que estou numa boa fase. Tenho muito mais a dar. Também acho que agora encontrei o meu ritmo e como é que eu gosto de fazer as coisas, como é que eu gosto de trabalhar e com quem é que eu vou trabalhar. Então acho que estou numa fase boa. Têm vindo alguns resultados grandes, mas acho que ainda tenho mais a dar e quero continuar a mostrar isso. Também estou numa idade boa, estou mais madura na competição, e acho que isso vai-me ajudar nos próximos desafios.

 

 

"A competição dá-me uma plataforma para transmitir a paixão que sinto pelo surf."

 

 

E enquanto surfista de coração, o que sentes?

Eu continuo a adorar o surf. Como paixão, como maneira de me expressar. Acho que isso é o mais importante no surf, e isso nunca se perde. A competição só me dá a oportunidade mostrar isso às pessoas e dá-me uma plataforma para eu conseguir transmitir essa paixão que eu sinto pelo surf.

 

 

 

"Em Teahupo'o sente-se mesmo a energia do mar."

 

 

 

Sobre a onda de Teahupo’o conta-nos: Foi a primeira vez que a surfaste? Como foi?

Nunca tinha estado no Taiti. Foi uma experiência incrível. Aprendi muito como surfista e como atleta. Realmente a onda é assustadora. É uma onda com muito power, que exige muito dos surfistas em termos de leitura de mar, mas também de segurança. É preciso arriscar, mas também ter cuidado, é um equilíbrio das duas coisas. Todos os surfistas que já estiveram lá devem ter sentido a mesma coisa. Sente-se mesmo a energia do mar, e é um lugar incrível, super bonito, com paisagens incríveis. Mesmo sem ser surfista acho que é um lugar que dá mesmo para conectar com a natureza.

 

 

 

 

 

 

Como defines a onda em cinco palavras?

Desafiadora, poderosa, assustadora, mágica e única

 

 

"Quero contribuir para o avanço do surf feminino na Alemanha."

 

 

 

Representar a Alemanha é algo especial? Porquê?


É muito especial porque eu sou a primeira surfista alemã qualificar-me para os Jogos Olímpicos. Acho que estou a abrir caminho para novas gerações, e quero contribuir para o avanço do surf feminino na Alemanha. Obviamente tenho as minhas duas nacionalidades, as minhas duas histórias, na Alemanha e em Portugal, e adoro todas as partes dentro de mim. Mas acho que realmente na Alemanha eu consigo dar um passo histórico. Quero muito contribuir para realmente puxar ainda mais o surf na Alemanha.

 

 

 

 

 

O trabalho da Federação Alemã de surf tem sido exemplar. É agora a terceira nação europeia a seguir a França e a Espanha. Como se explica um país sem ondas conquistar este status incrível?

Temos uma estrutura que nos proporciona as melhores condições como atletas, e temos pessoas que realmente têm muita vontade em fazer crescer o surf na Alemanha. Somos uma equipa muito unida, puxamos uns pelos outros. Claro, somos visto como underdogs, mas acho que temos mostrado pelos resultados que realmente o trabalho que tem sido feito está a resultar, e estou muito feliz em poder fazer parte deste desta equipa incrível 

 

 

Que pranchas vais usar nos Jogos Olímpicos?

Fiz algumas pranchas agora para o Taiti. Pranchas específicas com uma área de bico um bocado mais larga para melhor entrada de onda. Pranchas maiores, porque se estiver mais swell é preciso um bocadinho mais de prancha. Fiz pranchas desde 5’9’’ até 6’6’’. Um quiver completo para todo o tipo de mar. Até aos Jogos Olímpicos é preciso fazer mais pranchas e aprimorar um bocadinho as que foram. Mas acho que estou num ótimo caminho e tenho a Sharpeye Portugal e a Sharpeye Internacional a dar-me muito apoio. Estou em boas mãos para conseguir ter o melhor quiver possível até aos Jogos Olímpicos.

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