GIRLS WHO RIDE: MULHERES DE ARMAS E DE PRANCHA NOS PÉS

Projeto é composto por riders portuguesas.

Por Patrícia Tadeia 

O projeto nasceu há três anos com o objetivo de dinamizar os desportos radicais entre as mulheres. Aliás, o próprio nome o indica: "Girls Who Ride" (GWR). As fundadoras são Oriana Brás, Susana Torroais e Catarina Faustino. Todas têm em comum, o gosto pela ação e aventura, e praticam quase todos os desportos que envolvam uma prancha: do snowboard ao wakeboard ou skate. 

 

Como e quando nasce o Girls Who Ride?
O projeto GWR surge há cerca de 3 anos, através de um blog e da vontade de dinamizar os desportos radicais entre o público feminino.
A nossa experiência enquanto "riders" tem-nos demonstrado que as mulheres ainda se sentem pouco confortáveis nestes desportos e que o número de mulheres a praticar é bastante reduzido, pelo que achámos que havia a necessidade de criar algo para motivar todo este potencial escondido que existe em Portugal e não só.


Em que consiste o projeto?
O objetivo principal é dar a conhecer vários desportos radicais - surf, snowboard, wakeboard, skate, bodyboard, kite, entre outros, sempre no feminino claro, e levar mais mulheres a experimentarem esses desportos, e a perderem o receio, a vergonha e a aproveitarem a adrenalina e o bem estar proporcionado por qualquer uma das actividades que promovemos. Queremos também promover a evolução destes desportos no feminino, para que possamos ter riders cada vez com mais nível e que sabem que podemos ir tão longe como os homens!


Qual o feedback que têm tido das raparigas?
O feedback tem sido bastante positivo, ao longo destes 3 anos, quer da parte das raparigas, quer dos rapazes, que agradecem que o meio não seja tão masculino! As raparigas que praticam alguns destes desportos, acabam por se sentir por vezes um pouco "perdidas" no meio de um ambiente claramente masculino, e o projeto é também uma forma de conhecerem outras raparigas com os mesmos interesses e com as quais podem partilhar alguns bons momentos, aprender e evoluir.


Que eventos já organizaram?
Organizámos já dois wakecamps exclusivamente para mulheres, onde algumas poderam aprender wakeboard e outras aperfeiçoar as suas técnicas e manobras, com suporte dos melhores atletas e professores do país. Mas esperamos no futuro poder extender os eventos aos restantes desportos também.


Hoje em dia a mulher é cada vez mais moderna, independente. Como estão as mulheres nestas atividades radicais?
Tudo é um ciclo. A partir do momento em que as próprias marcas e instituições sobrevalorizam o desporto no masculino, é (infelizmente) normal que as mulheres continuem a passar para um segundo plano, no entanto esta perspectiva está errada. As mulheres têm vindo cada vez mais a marcar a sua posição neste meio, quer nacional, quer internacionalmente. Estamos mais aventureiras, com menos medo e cada vez mais confiantes da nossa capacidade de conseguir fazer as mesmas manobras que vemos os homens a fazer há imenso tempo. Agora só falta as marcas e instituições começarem a apostar mais nas mulheres, para ajudar a sua evolução.


Como são olhadas pelos rapazes? Com respeito já? São modalidades com muito mais homens...
Sim, sem dúvida, mas felizmente os rapazes apoiam as raparigas e estão sempre disponíveis para ajudar e ensinar. São na verdade incansáveis com este tema, pois querem ver as riders a evoluirem também. E penso que em Portugal, estão bastante orgulhosos daquilo que as raparigas têm vindo a alcançar. Muitas riders Portuguesas já marcaram a sua posição em vários desportos, inclusive internacionalmente, como é o caso por exemplo da Inês Correia no Kite Surf.


Vocês lançaram agora a revista! Falem-me desse projeto?
A ideia para a revista surgiu no final do ano passado, porque não existe nada semelhante em Portugal e muito poucos projectos semelhantes internacionalmente. Existem revistas para desportos específicos, mas quase todas com 80% ou mais, dos conteúdos no masculino. Para além disso queremos aliar os desportos radicais, a outras coisas que as mulheres também procuram e que são importantes para o nosso bem estar - como por exemplo moda, ou nutrição. "Ridar" é um estilo de vida, não é apenas pegar numa prancha, bike ou patins e utilizar. É muito mais que isso. É uma maneira de estar, é algo que nos define e algo que queremos dar a conhecer. Queremos motivar e inspirar as mulheres a praticar desportos radicais e a conhecer o outro lado de riders que também lutam todos os dias para marcarem o seu lugar. Somos fortes e destemidas e unidas conseguiremos ir muito mais longe.





QUEM SÃO AS FUNDADORAS?

Quem é a Oriana Brás?
"Tenho 33 anos, sou gestora de produto no dia-a-dia e pratico Snowboard, Wakeboard e Skate Longboard nos meus tempos livres e sempre que posso. Sou uma apaixonada pela natureza e por todos os desportos de prancha no geral, apesar de infelizmente não poder experimentar todos"

Quem é a Susana Torroais?
"Tenho 33 anos, sou politóloga, designer e criadora de uma marca de produtos handmade para cães - Niuniupets. A paixão pelos desportos radicais começou no bodyboard, mas, actualmente a minha vida é 100% dedicada ao longboard skate."

Quem é a Catarina Faustino?
Sou jornalista na sporttv, com 3 programas de desportos de acção e fotógrafa freelancer sol.cacto.photography. O gosto pelos desportos radicais já existia, mas foi crescendo naturalmente quando comecei a entrar profissionalmente no meio. Sou uma beginner: longboard skate e snowboard, mas já experimentei wakeboard e surf também.

 

Consulta a revista aqui.

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